Alinhar o objetivo com o local, motivar através da transparência e tornar a inclusão fundamental são estratégias essenciais para encorajar os trabalhadores a regressar ao escritório físico. É que, ultrapassada a pandemia de Covid-19, algumas organizações têm apostado no regresso das suas equipas ao escritório, mas o processo pode revelar-se negativo, pelo que os empregadores precisam de fazer evoluir o espaço de um lugar mais centrado no trabalho para um espaço centrado e preocupado com os trabalhadores e com a forma como estes se sentem presencialmente. Quem o afirma é a Gartner.
Apesar dos esforços das organizações para atrair os trabalhadores de volta ao escritório, nomeadamente com regalias e horários flexíveis, o processo não tem sido fácil. Por isso, a consultora recomenda que se alinhe o objetivo com o local. E cita o inquérito Global Talent Monitor, do 3º trimestre de 2023, que mostra que os trabalhadores australianos consideram a localização como a prioridade número um quando o que está em causa é a procura de um novo emprego. Por outro lado, um dos maiores obstáculos para os empregadores passa por justificar o porquê do regresso ao escritório, quando o trabalho em si não se altera.
Quase metade dos funcionários inquiridos (48%) acreditam que as políticas estabelecidas nos seus escritórios dão prioridade aos desejos dos líderes e não às necessidades dos funcionários. Pelo que o local de trabalho deve ser orientado por objetivos e não pelo trabalho, fornecendo aos funcionários uma ideia de como as tarefas realizadas no escritório complementam as que podem ser feitas remotamente.
Motivar com transparência tem de ser uma aposta. O mesmo inquérito revela que mais de 50% dos funcionários optam por não ir ao escritório porque não veem utilidade. Muitos acreditam que são produtivos mesmo a trabalhar à distância. Assim, as organizações devem procurar motivar os trabalhadores para o regresso ao trabalho através de uma comunicação mais aberta e honesta, que incentive a presença no escritório.
A importância da inclusão é também essencial. Apesar dos esforços das organizações para colocar temas como a diversidade, a equidade e a inclusão no centro da discussão, o sentimento dos trabalhadores australianos relativamente a este tema no local de trabalho continuou a diminuir. O inquérito, realizado em junho passado, demonstra que os trabalhadores que trabalham remotamente têm uma inclusão 10% superior à dos trabalhadores que se encontram no local de trabalho, justificada pelo facto de puderem usufruir de uma maior privacidade e controlo do seu espaço de trabalho num ambiente remoto.
A criação de um ambiente de trabalho inclusivo deverá satisfazer as necessidades emocionais e físicas dos trabalhadores, de forma a sentirem-se ligados quando estão no escritório. A empresa sai a ganhar com benefícios ao nível do desempenho e da retenção de talento.
Devendo com este novo financiamento passar a valor 14 mil milhões