O Governo francês e a Atos estão a negociar a compra pelo Estado de parte da tecnológica por 500 milhões de euros. O objetivo é evitar a falência da empresa, que gere vários sistemas críticos do país, como os sistemas de cibersegurança ou as centrais nucleares. Esta solução surge depois de se terem tentado várias outras alternativas, sem sucesso. Espera-se que as negociações sejam fechadas até 31 de maio, recebendo na altura a Atos um pagamento de 150 milhões de euros.
Em causa está a compra da unidade BDS da Atos que inclui os negócios de computação avançada, sistemas críticos e produtos de cibersegurança, onde trabalham cerca de 4 mil pessoas. Esta unidade gera vendas anuais de 900 milhões de euros e o governo de Macron já tinha avançado em abril com uma primeira proposta de aquisição, que não foi aceite. Agora, voltaram a propor apenas a aquisição da área de computação avançada da Atos. A empresa já veio dizer que será lançado um processo formal de venda das unidades de Sistemas Críticos e Produtos de Cibersegurança.
A Atos é um dos principais fornecedores do Estado francês em serviços críticos de comunicações, nomeadamente na área militar e nuclear, para além de fabricar servidores para supercomputadores. Desde há quase um ano que procura novos investidores, para ultrapassar as dificuldades financeiras, perante uma dívida milionária. Entretanto, já avançou com uma estratégia de reestruturação. O Estado francês também já investiu na empresa, mas todos os cenários falharam até agora.
"É papel do Estado francês garantir, como acionista e quando tal se justifica, a perenidade e o desenvolvimento das atividades industriais mais estratégicas para a nossa soberania", avança em comunicado lançado pelo governo sobre a operação o ministro das finanças francês, Antoine Armand.